O Venerável Padre Baptista [Bautista, Batista] nasceu na Cidade de Évora [séc. XV] de pais nobres. Estudou na Universidade de Salamanca as ciências maiores, e se aperfeiçoou nelas na de Lisboa, onde foi egrégio Lente. O primeiro Duque de Bragança Dom Afonso o fez mestre de seus filhos, e proveu numa Igreja de Lisboa.
Mas como todas as honras do mundo não eram do seu espírito, nem do seu génio, renunciou a Igreja, largou a cadeira, repartiu pelos pobres o que possuía, e metendo debaixo dos pés todas as bem fundadas esperanças, que podia ter na terra, deu sobre elas os primeiros passos para a Serra de Ossa a fazer companhia aos seus Santos Eremitas, onde o seu Superior, ou Maioral (como lhe chamavam naqueles séculos) Mendo Gomes de Seabra, lhe disse com espírito profético, que Deus senão agradava de que os acompanhasse naquele reitor, porque o queria na Congregação de São João Evangelista, que então principiava, para que com as suas letras, e exemplos, fosse instrumento da salvação de muitas almas. Assim o executou prontamente, e no Convento de Santo Eloy de Lisboa foi admitido a Cónego Secular daquela Congregação, mudando o nome que tinha de Fernando Álvares, no de que Baptista, em obséquio do Precursor de Cristo. Com singular desvelo se empenhou em imitar na pureza, na penitência, no zelo, na abstinência, e na oração. Mas onde mais realçou a imitação, foi no espírito ardentíssimo com que se empregou todo em prégar penitência, em converter pecadores, em cortar os descaminhos dos caminhos de Deus, semeando por toda a parte a palavra Divina, e ensinando a grandes, e pequenos a Doutrina Cristã. Neste apostólico exercício discorreu por quase todo o Reino com incansável trabalho, e admirável fruto. Converteu, e batizou publicamente famílias inteiras de Judeus, pelo que alguns conceberam contra ele grande ódio, e procuraram executar o intento de o matar; já com veneno, já com ferro, e sempre o livrou deus com milagres não pequenos, de que admirados os mesmos agressores, se fizeram contritos, e Cristãos. Não menos se desvelava este grande operário Evangélico em aperfeiçoar os Católicos, sendo pai, e director espiritual de muitos, que por ele guiados subiram a grande perfeição de vida.
ElRei Dom Afonso V e a Rainha Dona Isabel o fizeram Prégador das suas Capelas. A Congregação de São João Evangelista lhe conferiu muitas prelazias, e também a de Reitor Geral; e em seu serviço, e por obediência, passou duas vezes a Roma, onde foi muito aceito, e felizmente despachado. Na segunda, estando já de partida para este Reino, lhe sobreveio uma enfermidade, que os médicos reputaram por leve, e ele por última, apontando o dia, e a hora em que havia de morrer; e assim sucedeu pontualmente, porque na hora sinalada deste dia [12 de Janeiro] de 1465 preparado com Sacramentos, e com muitos actos de piedade faleceu, saindo de seu corpo suavíssimo cheiro até ser, como foi, sepultado com muita pompa, e aclamações de Santo, na Basílica de Santa Maria Maior no sepulcro da Casa Ursina, cujo Senhores ofereceram pela grande veneração que tinham ao Padre Baptista. Com a mesma, fazem ilustre menção dele as memórias deste Reino.
Mas como todas as honras do mundo não eram do seu espírito, nem do seu génio, renunciou a Igreja, largou a cadeira, repartiu pelos pobres o que possuía, e metendo debaixo dos pés todas as bem fundadas esperanças, que podia ter na terra, deu sobre elas os primeiros passos para a Serra de Ossa a fazer companhia aos seus Santos Eremitas, onde o seu Superior, ou Maioral (como lhe chamavam naqueles séculos) Mendo Gomes de Seabra, lhe disse com espírito profético, que Deus senão agradava de que os acompanhasse naquele reitor, porque o queria na Congregação de São João Evangelista, que então principiava, para que com as suas letras, e exemplos, fosse instrumento da salvação de muitas almas. Assim o executou prontamente, e no Convento de Santo Eloy de Lisboa foi admitido a Cónego Secular daquela Congregação, mudando o nome que tinha de Fernando Álvares, no de que Baptista, em obséquio do Precursor de Cristo. Com singular desvelo se empenhou em imitar na pureza, na penitência, no zelo, na abstinência, e na oração. Mas onde mais realçou a imitação, foi no espírito ardentíssimo com que se empregou todo em prégar penitência, em converter pecadores, em cortar os descaminhos dos caminhos de Deus, semeando por toda a parte a palavra Divina, e ensinando a grandes, e pequenos a Doutrina Cristã. Neste apostólico exercício discorreu por quase todo o Reino com incansável trabalho, e admirável fruto. Converteu, e batizou publicamente famílias inteiras de Judeus, pelo que alguns conceberam contra ele grande ódio, e procuraram executar o intento de o matar; já com veneno, já com ferro, e sempre o livrou deus com milagres não pequenos, de que admirados os mesmos agressores, se fizeram contritos, e Cristãos. Não menos se desvelava este grande operário Evangélico em aperfeiçoar os Católicos, sendo pai, e director espiritual de muitos, que por ele guiados subiram a grande perfeição de vida.
ElRei Dom Afonso V e a Rainha Dona Isabel o fizeram Prégador das suas Capelas. A Congregação de São João Evangelista lhe conferiu muitas prelazias, e também a de Reitor Geral; e em seu serviço, e por obediência, passou duas vezes a Roma, onde foi muito aceito, e felizmente despachado. Na segunda, estando já de partida para este Reino, lhe sobreveio uma enfermidade, que os médicos reputaram por leve, e ele por última, apontando o dia, e a hora em que havia de morrer; e assim sucedeu pontualmente, porque na hora sinalada deste dia [12 de Janeiro] de 1465 preparado com Sacramentos, e com muitos actos de piedade faleceu, saindo de seu corpo suavíssimo cheiro até ser, como foi, sepultado com muita pompa, e aclamações de Santo, na Basílica de Santa Maria Maior no sepulcro da Casa Ursina, cujo Senhores ofereceram pela grande veneração que tinham ao Padre Baptista. Com a mesma, fazem ilustre menção dele as memórias deste Reino.
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