26 de dez. de 2017

19 de dez. de 2017

ESTA SEMANA - TÊMPORAS

"Porque este é de quem está escrito: Eis que envio diante de tua face o meu Mensageiro, que preparará o teu caminho adiante de ti." (Math. II) - Do Evang. no  2º Domingo do Advento.
As Têmporas são períodos litúrgicos em que  a Santa Igreja Católica Romana destinou ao seus fieis para fazerem jejum e oração durante três dias nas quatro estações do ano. No Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã (dito "de S. Pio X"), em edição das províncias eclesiásticas meridionais do Brasil de 1951, part. III, lição XIII, n.º 150, está escrito o seguinte:
"Para que fim foi instituído o jejum das quatro Têmporas?
O jejum das quatro Têmporas foi instituído:
1.º - Para santificar cada estação do ano com alguns dias de penitência;
2.º - Para pedir a Deus que nos dê e conserve os fructos da terra;
3.º - Para agradecer a Deus o fructos concedidos;
4.º - Para pedir a Deus que dê à sua Igreja bons ministros, cuja ordenação se faz ordinariamente nos sábados das quatro Têmporas."

Fazem-se as Têmporas da seguinte forma: toma-se uma só refeição completa ao dia (almoço ou jantar - pode ainda ser pela manhã) unida à abstinência de carne e, se necessário, mais duas pequeninas refeições, chamadas parva e consoada (lembrar que dia 24 de Dezembro há consoada). Nas orações acostumadas devemos incluir as mesmas intenções pelas quais a Santa Igreja instituiu as Têmporas.

Quando há Têmporas? Quartas-feiras, Sextas-feiras e Sábados da 3.ª semana do Advento, da  1.ª semana da Quaresma, da semana do Pentecostes, e do 17.º Domingo após Pentecostes. Foi assim definido pelo Papa Gregório até então.

Por cá faremos estas Têmporas do Advento nestes próximos 20, 22 e 23, de Dezembro (2017), e recordo e convido a todos ao mesmo.

Boa preparação do Natal.

5 de set. de 2017

HISTÓRIA DOS MILAGRES DO ROSÁRIO (IX)

(continuação da VIII parte)

Milagre Com Que se Prova a Devoção do Rosário Ser Muito Aceito a Deus, e Por ela Mudar os Corações e Fazer dos Inimigos, Amigos.

- Deixarei muitas razões - disse Anselmo - para o provar, somente vos quero contar um milagre, que tem acontecido a dois homens que tiveram um negócio [assunto, situação, caso] semelhante a este vosso, com que satisfarei a vossa pregunta, a qual está recebido por muito certo de todos os que bem entendem, e não há nele que duvidar.
Contam os autores do Rosário, que sendo Pontífice Romano Xisto IV, no ano de 1475 na cidade de Colónia, que é na Alemanha, houve um homem muito devoto da mãe de Deus, o qual com a devoção que podia, rezava cada dia o seu Rosário. Este numa briga que teve com outro, o matou: tinha-o morto um irmão, que desejava muito vingar sua morte, matando ao matador. Este devoto da Senhora, fazendo um dia certo caminho, passando por um Mosteiro da ordem de S. Domingos, lembrou-se que naquele dia não tinha rezado o Rosário: entrou na Igreja, e pondo-se de joelhos, que é a própria composição do corpo, para orar diante da santíssima virgem, começou a rezar o seu Rosário com muita devoção. O seu contrário que não perdia ora nem ponto, e em todas as partes o esperava, o veio seguindo até entrar na igreja onde estava, e ali o esperou muito tempo, e depois de bem enfadado, entrou nela, e achou que seu inimigo estava rezando diante da imagem da Rainha do mundo, e juntamente viu uma maravilhosa visão, porque viu a uma senhora mui fermosa, e de grande majestade que tomava rosas brancas e vermelhas, que lhe saiam da boca, e logo desapareceu. Como o que o desejava matar viu coisa tão nova e estranha, parecendo-lhe que devia ser algum grande mistério, deixou as armas, e foi-se onde estava o matador de seu irmão ele vendo-o chegar, ficou todo turbado, e sobressaltado, quando que também o queria matar: mas ele o abraçou com muito grande alegria, e dando-lhe sinal de paz, o assegurou, que não lhe faria mal, ante lhe perdoava a morte de seu irmão, e lhe pediu perdão da inquietação e desassossego, que então lhe tinha dado: mas que lhe dissesse, que senhora era aquela que estava diante dele, e lhe pusera na cabeça uma grinalda de rosas brancas e vermelhas? O devoto da Virgem afirmou que não tinha visto coisa alguma daquelas que dizia. Rogou-lhe que ao menos lhe descobrisse que oração era aquela que rezava, porque entendia que havia de ser mui aceita à Mãe de Deus? Disse-lhe então o devoto da Virgem, que lhe rezava o seu santo Rosário. Vendo o homem todas estas coisas, propôs de sempre rezar o Rosário, e deu muitas graças ao homem, que queria matar, porque por sua ocasião se fazia devoto da Virgem nossa Senhora.
Vedes aqui senhor Dom Heitor a grande virtude que tem esta santa devoção do Rosário, para tirar os ódios, e más vontades, e para fazer abaixar a cólera quando a houver, porque estes dois homens, que andavam tão arruinados no amor que se deviam ter, por virtude do santo Rosário se fizeram amigos, e se os que andam em ódio, e em desejos de vinganças, tomassem esta devoção de cada dia o rezar, ela é tão poderosa, quer a uns livraria da morte do corpo, e a outros da morte da alma.

- Sem falta - disse o fidalgo- fico persuadido a todos os dias de minha vida também o rezar, e fazer que todos o rezem em minha casa, pois por ele Deus me fez tão grande mercê.

Depois de acabada esta prática, chamou Anselmo aos  companheiros, Marcelo e Eusebio, que ainda estavam rezando diante da imagem da Senhora, e deu-lhes conta de tudo o que tinha passado e como Deus ouvira suas orações, pois tinha mudado aquele homem do mau propósito que levava. Marcelo o levou nos braços, como conhecido e amigo que era de todos, e se alegrou em extremo de todo este bem, que lhe viera e acrescentou mais, que para que fosse mais perfeito, era necessário que se confessasse do mau propósito que levava, dizendo-lhe que ainda que se dessa do pecado, é necessário fazer penitência da culpa passada o que ele como homem de muito bom entendimento, e juízo alcançou, prometendo que assim  o faria, e que logo o fizera com ele, senão estivera de caminho: e despedindo-se de todos com muito amor, foram adiante muito alegres por Deus haver dado tão bom princípio a sua peregrinação, tendo esperança de achar outros semelhantes sucessos, como veremos no decurso desta história.

(a continuar)

1 de set. de 2017

LIVROS II (parte A)

(continuação do anterior, LIVROS I)

O Pedro Oliveira tem um novo canal chamado PEDRO de OLIVEIRA, o qual recomendo bastante aos meus leitores. O FIDELISSIMUS publicou o LIVROS I, e aqui o LIVROS II (parte A). Neste vídeo, ele não se limita a fazer a mostra de livros, pois comenta alguns de forma interessante.

Eu preparei uma lista com ligação para as partes mais importantes do vídeo:

1 - Início (explicação) (00:00)
2 - Ideias que os espanhóis têm dos portugueses, etc. (1:35)
3 - O Espanhol e os Sete Pecados Capitais (5:54)
4 - A Capela de S. João Baptista (7:30)
[o vídeo é interrompido, e têm que pular para o LIVROS II (parte B)]


(continuação, LIVROS II (parte B))

31 de jul. de 2017

O QUE DEUS COLOCA A CADA UM - O CONHECIMENTO

"Não procures saber o que excede a tua capacidade, e não especules o que ultrapassa as tuas forças, mas pensa sempre no que Deus te mandou, e não tenhas a curiosidade de conhecer demasiado número das suas obras."
 
(Eclesiástico, III, 21)

22 de jul. de 2017

Revelações a Sta. Brígida - PERMISSÃO DA EXISTÊNCIA DE MALVADOS


Palavras do Criador à esposa sobre como sua justiça mantém os malvados na existência por uma
tríplice razão
Eu sou o Criador do Céu e da Terra. Perguntavas-te, esposa minha, porque sou tão paciente com os malvados. Isso se deve ao facto de que sou misericordioso. Minha justiça os aguenta e minha misericórdia os mantêm por uma tríplice razão. [1]Em primeiro lugar, minha justiça os aguenta de forma que seu tempo se complete até o final. Poderias perguntar a um rei justo porque tem alguns prisioneiros aos quais não condena à morte e sua resposta seria: "Porque ainda não chegou o tempo da assembleia geral da corte na qual possam ser ouvidos e onde, aqueles que os ouvem, podem tomar maior consciência". De forma parecida, eu tolero os malvados até que chegue seu tempo, de maneira que sua maldade possa ser conhecida por outros também. Já não previ a condenação de Saul muito antes que se desse a conhecer aos homens? O tolerei durante longo tempo para que sua maldade pudesse ser mostrada a outros. [2] A segunda razão é que os malvados fazem alguns bons trabalhos pelos quais hão de ser compensados até o último centavo. Desta forma, nem o mínimo bem que tenham feito por mim ficará sem recompensa e, consequentemente, receberão seu salário na terra. [3] Em terceiro lugar, os aguento para que se manifeste assim a glória e a paciência de Deus. É por isso que tolerei Pilatos, Herodes e Judas, apesar de que iam ser condenados. E se alguém perguntar por que tolero a tal ou qual pessoa que se lembrem de Judas e Pilatos.

Minha misericórdia mantém os malvados também por uma tríplice razão. [1] Primeiro, porque meu amor é enorme e o castigo é eterno e muito grande. Por isso, devido ao meu grande amor, os tolero até o último momento para retardar seu castigo o mais possível na extensa prolongação do tempo. [2]Em segundo lugar, é para permitir que sua natureza seja consumida pelos vícios, pois experimentariam uma morte temporal mais amarga se tivessem uma constituição jovem. A juventude padece uma maior e mais amarga agonia na hora da morte. [3] Em terceiro lugar, pela melhora das boas pessoas e a conversão de alguns dos maus. Quando as pessoas boas e rectas são atormentadas pelos perversos, isso beneficia os bons e justos, pois lhes permite resistir ao pecado ou conseguir um maior mérito. Igualmente, os maus, às vezes, tem um efeito positivo nas outras pessoas perversas. Quando esses últimos reflectem sobre a queda e maldade dos primeiros, dizem a si mesmos: "De que nos serve seguir seus passos?" E: "Se o Senhor é tão paciente, será melhor que nos arrependamos". Desta forma, às vezes voltam a mim porque temem fazer o que fazem os outros e, além disso, sua consciência lhes diz que não devem fazer esse tipo de coisas. Dizem que, se uma pessoa foi picada por um escorpião, pode-se curá-la quando se a unte com azeite no qual haja outro escorpião morto. De forma parecida, às vezes uma pessoa malvada que vê a outra cair pode ver-se atingida pelo remorso e curada, ao reflectir sobre a maldade e vaidade do outro. (das revelações e profecias de Sta. Brígida da Suécia, liv. I, cap. XV)

1 de jun. de 2017

O BOM COSTUME VEM DA VIRTUDE

[aviso: o Santo Zelo prefere usar a língua portuguesa de forma ágil, porque é um blog brasileiro, sem deixar de ser um blogue português. Por exemplo na palavra "ação" eu prefiro escrever "acção"; o "c" não se lê e serve apenas para abrir a sonoridade do "a" anterior, tal como falamos]
A reverência e o cumprimento
A civilidade cristã é virtuosa, não é de qualidade puramente humana; pois, praticada segundo o espírito de Cristo, e neste espírito conduzida, orienta-se à glória de Deus e verdadeiro proveito do próximo. As nossas acções exteriores, que são as únicas que podem ser regulamentadas pela cortesia, como disse S. João Batista de La Salle, devem ser a expressão da própria virtude.
A justiça na diferença
Segundo o desenvolvimento dos códigos da civilidade cristã, a caminhada gradual teve seu ponto mais elevado no século XVIII quando foi começada também a sua queda (conforme o poder nos reinos era ocupado pela agenda Liberal).
S. João de La Salle
É valorosa a civilidade, em reconhecimento e usufruto da nobreza da filiação divina obtida em Jesus Cristo Senhor Nosso, ao passo que a civilidade apenas humana assenta na vaidade e mero pragmatismo. Nestas considerações, devemos dar um valor elevado ao bom uso das nossas faculdades espirituais, e inclinar as nossas intenções e acções com um caráter não apenas temporário, mas principalmente eterno; e para a edificação do próximo. Assim, o código de civilidade foi evoluindo e respondendo ao crescimento da sociedade cristã, que teve o seu auge de complexificação no século XVIII, quando começa ao mesmo tempo a decair (como já referi).

Sem receios, podemos dizer que a verdadeira civilidade é a cristã.

4 de mai. de 2017

NOVELA: O ATEÍSMO EM PAUTA

"Nada cobre tanto de opróbrio a razão humana como o estondíssimo e abominável Materialismo. Talvez agradará mais palpar sua necedade ridícula em uma Novela:

Um navegante, depois de ter naufragado, foi lançado em terra numa grande Ilha povoada de grosseiros, e rudes habitantes, que nenhuma comunicação tinham com o resto do Continente. Antes de se encostar este desgraçado, para recobrar com o sono as forças perdidas pela vigília, e desfalecimento em que se achava, tirou da algibeira o relógio, deu-lhe corda, e o pôs junto a si. Mas surpreendido pelas feras no tempo em que dormia, foi por elas morto e conduzido às suas cavernas. Pela manhã os Ilhéus acharam por casualidade o relógio; e movidos da curiosidade de ver o que era que se movia dentro, tanto estudaram e trabalharam, que por fim conseguiram atinar com o segredo de abri-lo. Porém, que espectáculo tão maravilhoso a seus olhos! De repente foi ele o objecto de todos os discursos. Nenhum deles podia compreender como, ou por onde houvesse vindo ali, qual fosse seu uso, e muito menos quem houvesse sido o artista de uma maquina tão delicada e admirável. Todos admiraram a delicadeza, e finura de seu trabalho, a harmoniosa disposição de suas partes, a exacta, e ajustada correspondência das mesmas, a direcção universal encaminhada a produzir o movimento, e a caixa exterior feita com toda a previsão para o conservar. Porém, o que excedeu sobre tudo suas inteligências, foi a primeira força motriz, em quanto a mola esteve oculta a seus olhos. Nenhum duvidava, que quem fizera tal maquina era em sumo grau superior a eles em conhecimentos, e maquinismo. A nenhum lhe passou ao menos pela imaginação, ou que se houvesse ela produzido a si mesma, ou que fosse obra do acaso; e nenhum se fartava de admirar e celebrar o seu artífice. Sem embargo alguns sabiositos, que se tinham por mui superiores aos demais Ilhéus, começaram a contradizer a opinião geral, dizendo: que não se podendo dar a razão de como tivesse ali vindo a máquina, se podia afirmar muito bem que a terra a havia produzido. O mesmo foi ouvirem isto os outros, que começarem ás gargalhadas; e por modo de escárnio lhes começaram a perguntar: como acontecia, que a terra não produzia casas, chapéus, vestidos, e utensílios? Mas esta réplica capaz por si mesma de fazer entrar em juízo a qualquer, que ande em dois pés, foi justamente a que mais empenhou os tais doutores em acharem o modo, com que a terra houvesse produzido o relógio. Eis aqui como discorriam: “Os metais acham-se na terra: um fogo eléctrico ou vulcânico pode tê-lo fundido: a fermentação, que precisamente se haverá ocasionado, pode ter feito singulares combinações, e talvez poderá ter-lhe posto o ultimo perfil.”
Outros mais eruditos imaginavam, que muitos, e diversos metais se haviam derretido, e envolvido uns com outros, e que a simpatia deles, juntamente com a atracção, etc. etc. facílimamente, e como quem nada faz, teria traçado o plano, com que um metal com outro formassem diversas figuras de rodas dentadas, pêndulas, cadeias, etc. etc. E pelo que pertencia à igualdade perfeitíssima dos dentes, à finíssima proporção das partes, às figuras exactissimamente feitas umas pelas outras, e à evidente disposição de tudo a um fim maravilhoso, o atribuíam a um acaso, que, apesar de difícil, não tinha alguma impossibilidade. Porém o Povo, a quem é mui difícil (se não é impossível) fazer-lhes perder os estribos dos primeiros ditames da razão, se ria igualmente das explicações de uns, como das dos outros.
Se as ditosas dissertações sobre o relógio houvessem caído em nossas mãos, teriam escapado seu avinagrados autores de uma patente de loucos rematados?! Pois meus Senhores Materialistas, mutato nomine, de te fabula narratur. Por mais curiosamente, que esteja formado um relógio, não é comparável sequer com o corpo de um animal. O relógio não é produtivo, nem gera outros relógios, nem tão pouco tem alma, espírito, ou razão. Logo, todos vós, Senhores Filosofantes, fazeis dissertações muito mais absurdas, que as que faziam os Ilhéus. Portanto, se estes tinham mérito muito de sobejo para serem lidos por loucos, vós sem dúvida o tendes ainda maior. Oh Filosofia moderna! Quando terá luz, sequer ao menos para saberem envergonhar-te de ti mesma?! ...)
Porém que loucura ou absurdo, por mais disparado que seja, não abraça a Filosofia, com tanto que possa fazer-nos delirar?!
Porém a Filosofia se tem feito célebre na Física à força de delírios, e ninharias, não é menos delirante na Metafísica. Seus princípios e axiomas principais correspondem a pedir de boca a seu predilecto prurito de delirar em tudo, e por tudo. Para fazer uma Matemática delirante não se necessitava de mais, que pôr um de seus princípios fundamentais, que um ângulo recto é, ou pode ser menos que um ângulo agudo, e eis-aqui transtornada toda a Matemática, feito o todo menor que a sua parte, e esta maior que o seu todo, e falsificado quanto até aqui era verdade evidente, e vice-versa. Em os antigos tempos, em que a razão era o essencial constitutivo do homem, sobre ela se fundavam, e dela fluíam seus direitos, e seus deveres. Mas a Filosofia achou pouco pasto em um principio tão singelo, e tão evidente, para a sua mania de delirar sobre a liberdade, a igualdade, a independência, a sociedade, e os governos, etc. etc.; foi então, que substituindo àquele principio a potência física da natureza animalesca, e formando dela a base dos direitos do homem, não conheceu desde então limites em forjar delírios, que afagassem as paixões. A moderna Metafisica, pois, veio a parar em um caos de direitos contraditórios, quais são: Soberana escravidão, independência dependente, e arrazoamentos absurdos. No entanto delira-se, e delira-se deliciosamente. O que mais abusa da razão, é o mais qualificado de racional; e esta verdade austera, e a sabedoria profunda são olhadas, e tratadas com desprezo, e desdém. O que há ainda mais para admirar, é, que este deleitável delírio não só tem apoderado do cérebros das frágeis damas, dos estonteados petímetres, e dos anciãos deslembrados, e patetas; mas até por uma espécie de encantamento tem feito em todas as cabeças o mesmo transtorno, que os livros de cavalarias fizeram na de D. Quixote. No meio de seus mais sólidos raciocínios entravam como indubitáveis verdades seus caprichos, seus encantadores, e seus cavaleiros andantes. E qual é hoje o literato, que não há enchido suas obras de inundações, épocas, vulcões, aluviões, e terremotos? Qual, o que, como verdura em horta, não nos haja espalhado nelas os direitos do homem, a liberdade, a igualdade, a soberania, a ilustração, e toda a demais sorte de tonteiras? Quem nos diria, que havia chegar tempo, em que fôra vergonhoso não delirar?! Pois isto é o que actualmente está sucedendo. Desditoso o que marcha sobre os verdadeiros princípios da razão, da verdade, e da experiência: não é necessário mais, para ser apontado com o dedo como um supersticioso, e metido à bulha como um ignorantão, e um imbecil.
Porém, valha-nos Deus; para que fim tanto empenho em inventar disparates? Tanto deleite se acha no delírio, que cheguemos a enojar-nos com a verdade, e com a razão?! Quando a um sabiosito da moda se lhe enchem de repente os cascos de ideias romanescas, e extravagantes, e se lhe vai de todo o juízo, é tido logo por um louco perfeito. E então só a Filosofia há de delirar à sua vontade, não só sem quebra, mas com honra e aplauso?! Com que só ela há de fazer alarde de toleima e loucura; e a verdade, a razão, e a justiça hão de estar como escravas atadas ao carro de seu triunfo?! Apostemos nós que há aqui oculto algum fito, ou alvo, muito mais agradável, que o deleite de agradar?!
Muitos, sim, muitos disparatam de boa fé, por orgulho, por presunção, por ligeireza de miolos, e porque são loucos e estonteados à nativitate. Porém entre os principais, e pela maior parte, o seu delírio é filho de um refinada malícia, e de um plano infernal de corromper à força de disparates o entendimento do homem, e dispô-lo desta quiza, a que arroje de si a Moral e a Religião. Estes pérfidos sonhadores, são os que descaradamente se chamam: FILÓSOFOS, LIBERAIS-MAÇÕES, ESPÍRITOS-FORTES, DESPREOCUPADOS, ILUSTRADOS, etc. [...]" (Vocabulário F.-D. I. P. T. A. Q. D. E. a N.  L. R.. Lisboa, 1831, N.º3)

16 de abr. de 2017

VOTOS DE BOA PÁSCOA (2017)

Nosso Senhor entregou-se para ser flagelado e crucificado, não porque não tinha poderio superior para livrar-se dos embutes que lhe armaram, mas para a redimir e ensinar-nos o caminho. Ressuscitou como disse! Aleluia, Aleluia, Aleluia!

Deste dia podemos fazer também grande menção ao Juízo Particular, e ao Juízo Final (Universal) que ocorrerá um dia. É com temor unida à uma alegria espiritual que os bons cristãos esperam e desejam a que com mais coragem participar destes grandes mistérios.

E neste ano de 2017, desejo uma santa e feliz Páscoa aos leitores, e aos que por bem apareçam pelo blog ✠ SANTO ZELO.

Rafaela.

4 de abr. de 2017

HISTÓRIA DOS MILAGRES DO ROSÁRIO (VI)


(continuação da V parte)

Autores que se alegam nesta história.

Porque para autoridade da história importa muito conhecer os Autores que escreveram, e as letras, e vida que tiveram, porque sendo de Santos, e Religiosos, se presume que não se apartavam da verdade, nos pareceu dar aqui notícia dos que nesta alegamos.

O primeiro é Cesario de Hestorbais, do Arcebispado de Colónia, Religioso de S. Bento, homem muito devoto, e versado nas Divinas Escrituras, e muito devoto. Entre outras muitas obras que escreveu em Diálogo doze livros, a imitação de São Gregório Papa, das visões, e milagres de seu tempo, polo ano de mil e duzentos e vinte e dois, como se colige do livro décimo cap. 48. e no prólogo afirma com juramento, que nenhuma coisa fingiu de quantas escreveu, e se alguma escrever, que não for conforme ao que passou, diz, que se deve atribuir aos que lha contáram, e isto mesmo podemos nós afirmar de tudo o que contarmos nesta história. 

Guillelmo Barbantino, é tido por Autor do mui nomeado livro das abelhas, que todo trata também de milagres, e exemplos. Foi da Religião de S. Domingos, homem muito devoto, e de grande virtude, do qual diz Frei Fernando de Castilho, na primeira parte da história de S. Domingos, livro segundo, capítulo sessenta e nove, que à infância de Santo Tomás trasladou de Grego em Latim todos os livros e Aristóteles, e entre outras obras que nos deixou, foi este livro Apum. E o mesmo diz o doutor João Herolt, chamado, Discípulo, alegando seus exemplos, debaixo de nome Guillelmo Brabantino, como se pode ver no Prontuário, litera L exemplo 44, página 4. e página 18. exemplo 30. e página 51. letra H. exemplo primeiro, ainda que outros por ser tão antigo lhe quiseram dar outro nome, como foi, Dionísio Cartusiano, que no Tratado que fez De particulari iudicio, no fim do artículo décimo diz, que o Autor deste livro é o que escreveu a vida de Santa Cristina de Leodi, que é o Cardeal Jacobo de Vitriaco, como dissemos no livro do Rosário, e o livro é tão excelente, que bem merece que se cuide que o fez tão grave Autor, como é um Cardeal, e de sua lição se entende, que foi Religioso da Ordem dos Pregadores.

O Mestre Frei João do monte, segundo se acha nos Autores do Rosário, foi companheiro de São Domingos, e como testemunha de vista escreveu muitos destes milagres, que em seu tempo aconteceram, e sendo companheiro de tão verdadeiro Prégador como foi o Padre São Domingos, não havia de escrever o que não visse, ou tivesse por muito certo.

Frei Alano de Rupe, foi também Religioso da Ordem de São Domingos, e homem muito douto, e espiritual, e particular devoto da Virgem, ao qual se entende, que algumas vezes ela o favoreceu com sua presença, e escrevendo seus milagres, teria por um grande pecado escrever coisa dela que não fosse verdade. Viveu este Autor pelo tempo que a Confraria do Santo Rosário se começou a renovar. Floresceu em tempo de Federico terceiro. Morreu no ano de 1464 como dizem alguns autores.

Frei Tomás do Templo, escreveu também milagres do Rosário: foi segundo, dizem alguns Autores, companheiro do Padre São Domingos, que também sem dúvida se deve cuidar  do que o seja na verdade de sua história.
Frei Alberto Castelhano de Veneza.
Frei Gianeto de Salo.
Frei Francisco Mexia.
Frei Jerónimo Vaz.
Frei Nicolau Dias.

Todos estes foram também Prégadores, e Religiosos da Ordem da São Domingos, que escreveram milagres que acharam antigos, e outros de seu tempo.

Frei Henrique Gran. Alemão, da Ordem de São Domingos, homem de grande zelo na conservação das almas, escreveu o livro que se intitula, Speculum exemplorum, ajuntando muitos de diversos, e graves Autores, e outros casos que aconteceram em seus tempos, que foi no ano de 1419. Alguns a que não contenta senão o que seu juízo aprova, o acusam de que não teve muita eleição nos exemplos que escreveu: mas estes mesmos notam a São Gregório, e ao Santo Beda, da mesma falta os quais assim como se enganáram no juízo que deixam dos Santos, se pode dizer, que também se enganariam no que deixam deste Autor, e como não sinalem exemplo particular que reprovem, não temos que nos deter em sua defensão, senão aproveitarmos do bom que escreveu, que é tudo.

Pelberto de Themesuar, Doutor, e Lente da sagrada Escritura, e mui nomeado Prégador da Ordem do Seráfico Padre São Francisco, escreveu quatro tomos de sermões, um deles intitula, Pomerium sermonum de Beata Virgine, o qual semeou todo de mui cheirosas rosas de exemplos de nossa Senhora, alegando ordinariamente seus Autores, e entre eles o Sto. Anselmo no livro dos milagres, que até agora não tem chegado por cá. Deste Autor diz Frei Francisco Penigarola, nomeado Prégador de nossos tempos em Itália, num Tratado que fez do modo de prégar, página trinta e sete, que para ter matéria de prégar basta a Summa de S. Tomás, ou Rosário de Pelberto, que tudo diz, e com muita claridade, foi impresso no ano de 1521. Sempre fala doutamente, e muito a propósito para a salvação das almas: e no livro de nossa Senhora se mostra mui particular devoto seu, e zeloso de que todo o mundo o seja.

O Doutor João Herolt da Ordem de São Domingos, que por humildade se chamou, Discípulo, natural de Alemanha, homem mui douto, e Apostólico Prégador, escreveu sermões do tempo da Quaresma, e de Santos, e um Prontuário de exemplos de todas as matérias, e outro particular de milagres de nossa Senhora.

Neste Autor se vê um grande zelo de aproveitar as almas com suas prégações, movido a deixar os pecados, e seguir a virtude, e fazer devotos de nossa Senhora de modo que não perde como dizem tino, nem palavra que não seja encaminhada a este fim: e depois de o ler todo, me parece que ele só basta para um Prégador que quiser ser Apostólico. Foi impresso em Veneza no ano de 1598.

Cartas anuais de nossa Companhia [de Jesus], é um livro, no qual andam sumadas as cartas que segundo o que se costuma em nossa Religião, se escrevem as coisas de edificação, que aconteceram em diversas partes, onde os nossos andam.

Tudo o que nelas se escreve é com grande consideração, e boa eleição aprovado por pessoas graves, e doutas. Este livro tem a mesma autoridade, que a de um historiador grave, douto, e Religioso, e que escreveu o que lhe relatáram pessoas de fé, e que afirma que foram testemunhas de vista no que contam, escritas ao modo que São Gregório, Palladio, Sofrónio, e Cesario escreveram os seus diálogos, pondo neles os exemplos que aconteceram em seu tempo, e que pessoas dignas de fé lhe contaram. E como este acontecem outros semelhantes, e não haja Gregórios, nem Jerônimos que os escrevam, é bem que não se percam, nem esqueçam, e que os creiamos como cremos as histórias de outros, que tratam de matérias profanas, nas quais soe mais perigar a verdade.

(continuação, VII parte)

29 de mar. de 2017

HISTÓRIA DOS MILAGRES DO ROSÁRIO (III)

(continuação da II parte)

Em que tempo a Santíssima mãe de Deus começou a fazer milagres no mundo.

Quando Deus criou o mar, diz a divina Escritura, que as águas andavam sobre a terra, e que depois as ajuntou em um lugar a que chamou mar, que é uma profundidade, e abismo, que quase não tem fundo. Assim havemos de entender que todas as graças gratis datas, que andam derramadas por todos os Santos, e Anjos, ajuntou Deus na Virgem Maria. E porque entre estas há duas, que são fazer milagres, e dar saúde, S. Damasceno a chama mar, e abismo de milagres. Abyssus miraculorum. E André, Cresente a chama obradora de milagres, com poder que se não pode perder. Esta excelência confirmam todos os milagres, que em todos os tempos por sua intercessão Deus fez, mas quando hajam começado, agora o declararemos.

Que antes da Encarnação do filho de Deus, a Virgem fizesse milagres, nem as histórias o escrevem, nem se acha razão para o afirmar, nem naquele tempo parece acomodado para se fazerem, pois não eram necessários para confirmação da doutrina, nem manifestação de sua santidade, como disse S. Tomás, e o mesmo se pode dizer do tempo que correu desde a Encarnação, até à Ascensão de Cristo. E se porventura fez alguns, não os sabemos, mas depois da Ascensão de Cristo, até sua morte, enquanto vivia em carne mortal, mui verossímil é que fizesse muitos, e mui grandes, porque ainda que ela não tinha ofício de pregar, como os Apóstolos, e não os fizesse para confirmação de sua doutrina, todavia eram para grande bem e acrescentamento da Igreja, e para ser conhecida por Mãe de Deus, e desta opinião é Alberto Magno, e S. Antonino, e Ruperto: e Pelbarto diz que S. Hermano, e outros santos afirmam, que vivendo fez muitos milagres, curando muitos enfermos, e deitando demónios, e ressuscitando três mortos, e que a três presos que levavam a padecer chamando por ela, se quebraram as prisões, e os que queriam prender ficáram cegos: e entre todos estes se deve contar por mui principal o que a Rainha dos Anjos fez sendo trazida por eles à cidade de Saragoça, onde mandou ao Apóstolo Santiago, que nela se fizesse uma Igreja que ainda hoje se chama do Pilar em que ela, apareceu.

O outro tempo que é da gloriosa Assunção, todo está cheio de milagres, porque assim como em todos os quatro tempos do ano, Deus manda Sol orvalho, e chuva para fertilizar a terra, assim em todos os tempos Deus manda à terra contínuos milagres obrados por intercessão de N. Senhora, para com eles se encher a Igreja de bens temporais, e espirituais. Quando começaram os que ela quis obrar por virtude do Rosário, os autores que deles escreveram o dizem, e no discurso desta história o veremos, que foi o tempo em que o Padre S. Domingos renovou esta santíssima devoção, como já na primeira parte dissemos. Mas quanto crédito se lhes deva dar, agora o declaremos.

(continuação, parte IV)

28 de mar. de 2017

SENSIBILIZAÇÃO PARA O TERÇO - PROPOSTA ACEITE


Rezar, louvar, ensinar, e propagar o Santo Rosário é mais que necessário, tanto pela honra que lhe é devido, quanto pela sua altíssima eficácia, se rezada da maneira correcta. E foi deste modo que ao longo dos séculos tem feito aqueles que querem salvar a sua alma e a dos outros. Propagar, pois, estes feitos e efeitos é para nós esperança. 

Por isto, sob proposta do blog FIDELISSIMUS e alargamento do ASCENDENS, a este ofício me uno, e desejo que os leitores do SANTO ZELO vão acompanhando as transcrições já iniciadas da obra "História dos Milagres do Rosário da Virgem Nossa Senhora", feitas por ocasião do centenário da aparição de Nossa Senhora de Fátima. Curioso é que esta mesma obra em 2017 completa o seu quadringentenário de publicação!

E enfim, quando me for indicada a parte que devo fazer, farei. Obrigada por dizerem que é para os blogs portugueses, e incluírem o SANTO ZELO.

Graves expectativas...

"Rezai o Terço todos os dias", pediu Nossa Senhora em Fátima.

(Aqui está a primeira publicação para início da leitura)

27 de mar. de 2017

SANTINHOS (I)

Amigos do SANTO ZELO,
 
o blog ASCENDENS em 2008 abriu uma secção (outro blog) destinado apenas a publicar digitalizações da sua coleção de santinhos. Este espaço é o primeiro do género, está encerrado faz anos. Que pena. Mas, foi então que apareceu a ideia do SANTO ZELO fazer a postagem da coleção ASCENDENS.
 
Que maravilha!
 
Alguns santinhos são muito interessantes, e outros muito belos; e estão em alta definição. Alguns são verdadeiros documentos da Fé. Obrigada blog ASCENDENS.

(para ampliar, aperte a foto)
 
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(continuação, II parte)

24 de mar. de 2017

A GLÓRIA DOS MÁRTIRES

Martírio de S. Pedro de Verona.
"Indo um santo Monge à Alexandria, encontrou na selva outro monge (de quem tinha grande conceito de santidade) feito em pedaços por um leão. Com grande dor e lástima enterrou o defunto.

Mais adiante, entrou na Cidade, e viu um enterro soleníssimo; e perguntando pelo defunto, disseram-lhe o nome; tratava-se de um cidadão daquela cidade, que ele conhecia como muito vicioso e ganancioso.
Com santa ira e zelo ardente voltou-se para Deus, e disse-lhe: "Senhor, não passarei daqui até que me digais porque motivo a este homem vicioso permitis um enterro tão solene, morrendo ele em sua cama com todo o sossego e paz; e àquele santo homem as feras despedaçaram, e apenas por estes braços foi enterrado numa cova do deserto!"

E então, disse-lhe um anjo: "A razão é, porque este homem tinha algumas coisas boas, e ficam pagas com estas honras populares, o restante será pena; mas, o Monge, por algumas coisas imperfeitas que tinha, pagou-as com a morte, com o qual foi gozar diretamente da Glória. E tu, não questiones novamente, pois adora os mistérios do Senhor".

Eu confesso reparar pouco no modo de como morrer, quanto à materialidade do corpo, e muitíssimo quanto à disposição da alma. Os maiores Santos morreram despedaçados, crucificados, escarpiados, queimados, afogados; mas estes foram Mártires: mas dos Confessores, dos Simeões Stilitas, a um deles um raio matou. O Beato Jordão, varão santíssimo, Superior Geral dos Dominicanos, afogou-se num rio, sendo muito verossímil que, num e noutro, fosse água e fogo o meio agradável para chegar ao eterno refrigério, sem passar pelo Purgatório. O que importa é a disposição da Alma: e se esta é boa, faça Deus o que entender do corpo. Na Ladainha, quando se pede a Deus que nos livre da má morte, à subitanea, junta-se a improvisa, porque se ela não for improvisa, nem incauta, senão que a Alma esteja bem disposta; pouco importa que seja subitanea, e repentina." (Luz a los vivos y escarmiento en los muertos. Madrid, ano 1668, p. 64. Tradução: ✠ SANTO ZELO blog)

15 de mar. de 2017

VÍDEO - DE PASSAGEM PELA TERRA

De passagem pela terra, até que ao dia em que Nosso Senhor nos leve. Eis a nossa jornada, eis a nossa prova.
 

9 de mar. de 2017

CAMPANHA DA FRATERNIDADE: A PEDRA EM PÃO

Sta. Maria do Egipto, depois de ter feito uma vida de 47 anos no deserto, pouco antes da morte
recebe a Comunhão das mãos de S. Zózimo
O 4.º Mandamento da Santa Igreja ​manda-nos jejuar e abstermo-nos de carne em certos dias predefinidos do ano, em preparação para festas importantes. Como estamos na Quaresma – por excelência o período penitencial – é portanto de empenharmos a paciência e modéstia em praticá-las. O jejum e a abstinência feitos da maneira correcta cooperam para que nos dediquemos às coisas mais sóbrias e temperadas. O exercício de resistir aos gostos, a prática da caridade com a alma do próximo, e uma atenção maior na meditação e oração, são também auxiliares essenciais. Inspirar, instigar, ou obrigar, portanto, a perverter o sentido deste tão belo período – onde mais especialmente o espiritual triunfa sobre o carnal – equivaleria ao desprezo dos ensinamentos de Cristo, escorregando na demoníaca tentação de procurar fazer das pedras, pão. Não sigamos o exemplo do velhaco demónio que tentou a Cristo no deserto, querendo como ele usar das coisas lícitas, com vãs intenções.

Entretanto, preocupa muito que, em nome de Deus e da sua Igreja, a CNBB esteja promovendo anualmente (desde os ano 60) aquele mesmo problema acabado de referir, por meio de temáticas "quaresmais" contidas na chamada Campanha da Fraternidade. Para este  ano de 2017 a CNBB escolhe por tema da campanha a "conscientização" para a salvaguarda dos biomas brasileiros (amor à mãe terra, a quem invocam nas orações!!!).

Uma confusão... Ficam assim abafados tantos e tão bons frutos de conversão que poderiam aparecer neste período.

Em síntese lembremos as palavras do Catecismo (Catecismo Maior de S. Pio X) a respeito deste tempo:
"- Para que foi estabelecida a Quaresma?
R: A Quaresma foi estabelecida:
1º- Para nos fazer conhecer a obrigação que temos de fazer penitência todo o tempo de nossa vida, figurada, no dizer dos santos Padres, pela Quaresma;
2º- Para de algum modo imitar o rigoroso jejum de quarenta dias que Jesus Cristo fez no deserto;
3º- Para nos preparar pela penitência a celebrar santamente a Páscoa."
"- Que devemos fazer para passar a Quaresma segundo o espírito da Igreja?
R: Para passar a Quaresma segundo o espírito da Igreja, cumpre fazer três coisas:
1º- Observar exactamente o jejum e praticar a mortificação cristã;
2º- Exercitar-nos na oração e nas obras de caridade cristã para com o próximo, mais do que em qualquer tempo;
3º- Ouvir com frequência a palavra de Deus e com uma boa confissão tornar mais meritório o jejum e preparar-nos para a comunhão pascal."
Queira Deus aceitar nossas súplicas, unindo nossas intenções aos do doloroso e Imaculado Coração de Maria, que em Fátima o mostrou à Irmã Lúcia figurado por grandes espinhos encravados nele os pecados que a humanidade praticava a todo tempo e lugar, principalmente pela ofensas que cometem contra Ela.

Mas, para contrastar, voltando à "mãe terra" da CNBB, escutando o "alegre" triste hino da Campanha da Fraternidade:



Não há dúvida que há uma grande confusão na Igreja. Os nossos antepassados veriam hoje elevadas tantas coisas contrárias ao que sempre lhes foi ensinado como boas e católicas. Por muito grande dificuldade de hoje conhecermos se há culpabilidade, ou não culpabilidade, nos fenómenos religiosos do nosso tempo, resta-nos juntar estas preocupações às dos nossos pecados, e entregarmos aquelas a Deus, em unidade com o Imaculado Coração de Maria.

5 de mar. de 2017

MORAL CATÓLICA I

A internet não contém os áudios de moral produzidos pela extinta RADIO CONVICCIÓN, mas o blog ASCENDENS guardou na sua audioteca a série de áudios de moral, e outros.
Amigos leitores, é com alegria que o ✠ SANTO ZELO coloca agora à disponibilidade de todos os áudios MORAL CATÓLICA (realizados pela referida rádio).

A Moral não é tão forte quanto deveria hoje nos meios mais insuspeitos. Faz muita falta conhecê-la melhor, e assumi-la inteiramente.
A MORAL CATÓLICA são autênticas aulas que devem ser seguidas muito atentamente, tomar apontamentos, e estudar.


(continuação, II parte)

1 de mar. de 2017

INAUGURAÇÃO - ✠ SANTO ZELO


Caros leitores,
o ✠ SANTO ZELO está agora em versão de blog (desde 2013 tinha existido apenas como página do facebook).
 
Hoje é Quarta Feira de Cinzas, o dia da inauguração. Além de se ter proporcionado inaugurar nestes dias, preferi este mesmo para unir seu significado à índole do novo espaço.
 
Somos pó. É perturbante ouvir tal. Alguns não quererão ouvir isto, fingirão não ter ouvidos; outros ouvindo recordam o nada que somos e a passagem fugaz por este mundo.
 
Não, não se pretende que este seja um blog de espiritualidade, ainda que tivesse ficado muito conotado com ela (nisto nada mudará). O ✠ SANTO ZELO  é um espaço que pretende contribuir com alguns artigos para a vida do tradicional católico (não quero dizer "tradicionalista", palavra cada vez mais confundida).
 
É normal que venha a encontrar aqui algum artigo menos masculino, sem que este seja um blog destinados a moças. Há alguma falta, entendam; por outro lado, há alguns temas destes tratados de maneira pouco clara mas muito extensa, por vezes.

A frequência de publicações será espaçada, como de costume.
 
Quero agradecer ao Pedro do blog ASCENDENS a ideia e ajuda para esta nova plataforma, e agradecer aos autores dos blogs VERITATIS e FIDELISSIMUS o acolhimento e simpatia.
 
Um agradecimento desde já a vós leitores.

Santo dia de Cinzas. Até breve.
Rafaela