11 de mai. de 2019

A PRINCESA Sta. JOANA (12 de Maio)

Princesa Sta. Joana
No mesmo dia, ano de 1490 passou da vida transitória para a que não tem fim, a Princesa Santa Joana, filha dos Reis Dom Afonso I e D. Isabel: joia, a mais preciosa da Coroa Real Portuguesa, espelho claríssimo das heroicas virtudes, esclarecida cópia de inestimáveis perfeições: dotou-a o Céu de uma beleza tão rara, que excedia toda a comparação; vendo Luís XI de França um retrato seu, se diz, que posto de joelhos deu graças a Deus, por haver produzido uma criatura tão bela, e que logo deliberou pedi-la para esposa do Delfim seu filho; era porém altamente superior a beleza e formorusa da sua alma; desde os primeiros anos, esquecida dos divertimentos daquela idade, e com madureza da última, se deu a todos os exercícios da perfeição; rezava todos os dias o Ofício Divino, e o de nossa Senhora. Gastava também todos os dias muitas horas na Oração mental, acompanhada de lágrimas, e suspiros, que eram prova evidente, dos ardores, e afectos, em que se lhe desfazia o coração. Debaixo das ricas galas, a que a obrigava o estilo da Côrte, trazia uma áspera camisa de grossa estamenha, e um áspero Cilício: tomava repetidas disciplinas, e com tanta veemência, que chegava a derramar copioso sangue. Todas estas obras fazia com grande recato, que é a gala do merecimento, mas muitas vezes, não podiam fugir a tantos olhos, e tão vigilantes, de que sempre os Palácios costumam abundar. Tomou por empresa a Coroa de espinhos de seu Divino Esposo (a quem logo desde os primeiros anos consagrou a sua pureza) e por aquela Corca rejeitou a Imperial de Alemanha, e as Reais de França, e Inglaterra. Recolhida no muito virtuoso Convento de JESUS de Aveiro, viveu vestida no hábito de São Domingos quase dezoito anos, fazendo uma vida angélica, e puríssima, coroada com uma morte digna de tal vida, neste dia [12 de Maio] de 1490. Jaz sepultada no mesmo Convento. As muitas maravilhas, que Deus obrou, e ainda obra, por sua intercessão, lhe deram o título de Princesa Santa, que conservou desde que faleceu. O Papa Inocêncio XII a declarou Bem-aventurada, e lhe confirmo o culto imemorial em 4 de Abril de 1693.

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