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D. Frederico do Sacro Império Romano-Germânico e D. Leonor de Portugal. |
No mesmo dia [9 de Março], ano de 1452 entraram em Roma os Augustíssimos Imperadores
Frederico, e
Leonor, com a maior pompa, majestade, e ostentação, que jamais havia visto aquela gram Cidade em seus antigos triunfos. Precedia o Imperador no meio de dois Legados Apostólicos, acompanhado de infinitos Cavaleiros, e Monsenhores de uma, e outra Côrte, Imperial, e Pontifícia; seguia-se imediatamente assistida de Fidalgos, e Damas Portuguesas, a senhora Imperatriz, realçando os mais singulares extremos de modéstia, e formosura, de gala, e de riqueza. Em terceiro lugar, se ostentava com insignias Reais Ladislau Rei de Hungria, e de Boemia, com todos os grandes de um, e outro Reino; ocupava o quarto, finalmente como General do Império, Alerto Arquiduque de Áustria, a quem seguiam em vistosas, e bem ordenadas fileiras as tropas do Exército Imperial. Entre alegres, e faustas aclamações do povo Romano, que concorreu em imensa multidão, chegaram os excelsos Príncipes ao Sacro Palácio, onde em hábitos Pontificais, sentado em majestoso trono, os esperava o Santíssimo Padre
Nicolau V a cujos pés prostrados fizeram religiosamente a costumada
adoração, e a seu exemplo, o Rei, e o Arquiduque, e toda aquela nobilíssima comitiva. O Pontífice, com razão, alvoroçado, e por extremo alegre, recebeu a todos com paternal afecto, e singulares demonstrações de benevolência, e logo por sua mão impôs em uma, e outra Augusta cabeça, a Coroa de ferro, como a Reis da Lombardia, cerimónia precisa para receberem a de ouro, como Imperadores de Roma. No mesmo dia, receberam da mão do Pontífice as bençãos nupciais, por estar já, muito de antes, celebrado o casamento em Lisboa, aonde Frederico mandara procuração.
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