Emblema da Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos, na fachada da igreja de São Carlos nas Quatro Fontes (1638-1641) em Roma. |
Frei Roque do Espírito Santo, era natural da Vila de Castelo Branco do Bispado da Guarda. Teve por pais a Francisco Martins da Costa, Doutor em Direito Civil pela Universidade de Paris e a Inês da Gaia sua primeira mulher [pois na viuvez casou-se uma segunda vez], e por meio irmãos a Bartolomeu da Fonseca Colegial do Colégio Real de S. Paulo, e Deputado do Conselho geral do Santo Ofício: Fr. Egídio da Apresentação, Eremita Augustiniano Catedrático de Véspera em Universidade de Coimbra, e ao Doutor Diogo da Fonseca do Conselho supremo de Portugal em Castela.
Recebeu o hábito da ilustre Ordem da Santíssima Trindade do Convento de Santarém no ano de 1541, onde depois de estudar as ciências severas, que compreendeu com felicidade e ensinou com sutileza, subiu ao lugar de Provincial por quatro vezes, em cujo exercício reduziu a Religião [a Ordem Religiosa] à sua primitiva observância, e fundou o Colégio de Coimbra, e o Convento de Ceuta. Como o maior brasão do seu instituto seja resgatar os Cristãos do bárbaro cativeiro dos Mouros, se dedicou a este piedoso ministério com tão ardente zelo, que sendo eleito Comissário geral da Redenção libertou 3000 Cristãos que gemiam nas masmorras de África. Meditando ElRei D. Sebastião a jornada de África o dissuadido com forte instância para a não executar, como prevendo o trágico fim que fatalmente o esperava. Recebendo a notícia infausta da batalha de Alcacer pelo Cardeal D. Henrique lhe ordenou que partindo do Convento de Ceuta onde assitia fosse a Marrocos resgar o Duque de Bragança, e outros Fidalgos, cuja incumbência desempenhou com grande crédito da sua prudência. Rejeitou heroicamente as Mitras de Goa, Lamego, e Viseu, sendo o seu maior empenho obedecer, do que mandar.
Chegada a hora de passar para a eternidade, exortou os circunstantes que observassem exactamente o seu instituto, e pedindo-lhes, que cantassem o Credo, naquelas palavras Carnis resurrectionem & vitam aeternam, voou o seu espírito ao Impírio a 11 de Maio de 1590. Foi sepultado no pavimento da Capela mór, com grande concurso de pessoas de ambas as Hierarquias fazendo-lhe o ofício da sepultura o bispo de Targa Deão da Capela Real. Sobre a sepultura se lhe gravou este epitáfio:
Passados 27 anos que estava sepultado o seu cadável na Capela mór foi transferido por diligência do Pe. Fr. Rafael Dias, castelhano de nação, Visitador da Província que depois foi Bispo de Mondonhedo a um nicho aberto na parede do Claustro, junto da porta do Refeitório, e a 7 de junho de 1617 se lhe gravou a seguinte inscrição ainda que errada no mês da sua morte:
Recebeu o hábito da ilustre Ordem da Santíssima Trindade do Convento de Santarém no ano de 1541, onde depois de estudar as ciências severas, que compreendeu com felicidade e ensinou com sutileza, subiu ao lugar de Provincial por quatro vezes, em cujo exercício reduziu a Religião [a Ordem Religiosa] à sua primitiva observância, e fundou o Colégio de Coimbra, e o Convento de Ceuta. Como o maior brasão do seu instituto seja resgatar os Cristãos do bárbaro cativeiro dos Mouros, se dedicou a este piedoso ministério com tão ardente zelo, que sendo eleito Comissário geral da Redenção libertou 3000 Cristãos que gemiam nas masmorras de África. Meditando ElRei D. Sebastião a jornada de África o dissuadido com forte instância para a não executar, como prevendo o trágico fim que fatalmente o esperava. Recebendo a notícia infausta da batalha de Alcacer pelo Cardeal D. Henrique lhe ordenou que partindo do Convento de Ceuta onde assitia fosse a Marrocos resgar o Duque de Bragança, e outros Fidalgos, cuja incumbência desempenhou com grande crédito da sua prudência. Rejeitou heroicamente as Mitras de Goa, Lamego, e Viseu, sendo o seu maior empenho obedecer, do que mandar.
Chegada a hora de passar para a eternidade, exortou os circunstantes que observassem exactamente o seu instituto, e pedindo-lhes, que cantassem o Credo, naquelas palavras Carnis resurrectionem & vitam aeternam, voou o seu espírito ao Impírio a 11 de Maio de 1590. Foi sepultado no pavimento da Capela mór, com grande concurso de pessoas de ambas as Hierarquias fazendo-lhe o ofício da sepultura o bispo de Targa Deão da Capela Real. Sobre a sepultura se lhe gravou este epitáfio:
Qui jacet hic clarus captivorum juste Redemptor
Exititit, ac hujus Religionis amor.
Ille reformato primus fuit ordine Praeful
Et morum pretio nomen in astra tulit.
Terrestres liquit tractus, renuitque Tyaras
Evolat ad superas vita soluta plagas.
Venerabilis Pater Fr. Rochus à Spiritu Sancto,
Religionis splendor, virtutum exemplar,
Captivorum solatium, sapientia clarus.
Post multos exantlatos labores pro ipsis quorum plusquam triam militia redemit,
Regni Tyaris contempltis magna captivorum, & Religionis jactura,
maximo omnium desiderio feliciter obiit v. Idus Octobris anno 1590 & hic tumulatus jacet. ..."
(Bibliotheca Lusitana, v. III)
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